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 texto originalmente postado em 365 filmes de horror 


O Meme do Mal - Grimcutty (2022)


‘O meme do mal’ perverte perfeitamente a história do “eu acredito em fadas” para que uma fada nasça e ainda traz essa abominação pra um cenário bem moderno. Fala sério, já te convenci a ver, né? 

Na história, acompanhamos o surgimento de uma corrente de internet que ganha proporções (e poderes) bem assustadoras. O boato que está correndo no aplicativo de mensagens dos pais muito preocupados é que existe um desafio em que os jovens precisam se cortar para participar. A grande reviravolta é que a histeria dos pais acaba dando vida a uma criatura real. 

Agora vamos entrar na parte dos SPOILERZINHOS, então cuidado com o que lê nessa sua tela aí.

Pegando o drama que realmente existiu com as correntes da baleia azul e da momo, acompanhamos o conflito geracional entre os pais, que querem uma vida mais real no mundo aqui fora, e os filhos, que assistem a vida passar por uma tela. Além do estresse que já está acontecendo pela filha ter trocado a carreira de atleta na escola para produzir conteúdo de ASMR (aqueles barulhinhos reconfortantes) para a internet e o filho fazer buscas peculiares online, começa um rumor de que jovens estão se cortando por causa de uma web brincadeira. 

É aí que os adultos decidem tomar uma medida drástica e trancar toda a tecnologia da casa, para evitar a exposição das crianças a esses perigos digitais, e também quando isso não adianta de nada porque as crianças se mostram mais ligeiras e surrupiam computadores e celulares.

Quando chega o momento fatídico em que nossa protagonista Asha recebe a corrente, uma criatura horrorosa (bem baseada na imagem que usavam pra momo com uma pitada de babadook) surge e realmente faz com ela se corte, em situações que simulam uma crise emocional, porque o que os pais enxergam não inclui o monstro, apenas a garota gritando e pedindo por ajuda e se ferindo com facas (aí deixo um aviso de gatilho).  

A partir daqui a trama se desenrola em alguns jovens, que entenderam que se trata de algo mais profundo que histeria coletiva, tentando resolver o mistério e permanecer vivos, entre pais completamente paranoicos e obsessores e outros jovens que só querem aproveitar o caos pra meter o louco e curtir os dias sem escola. 

Dois pontos que eu achei bem interessantes na abordagem a partir daqui são o início da discordância de como agir em relação às crianças entre a mãe e o pai da Asha, e a história paralela que explica (mais ou menos) o surgimento do grimcutty.

O filme conta com muita gritaria e bateção de porta, bastante sangue falso e um momento épico de embate entre a Asha, o pai dela e uma seringa de tranquilizante no hospital (minha parte preferida).

Não vou mentir e dizer que o filme é uma obra-prima, mas sério, vale muito a diversão! Esteja desafiado.