texto originalmente postado em 365 filmes de horror
A Vastidão da Noite - The Vast of the Night (2019)
Já posso começar com uma afirmação de impacto: virou um dos meus filmes preferidos da vida. A Vastidão da Noite é um filme pipoca com refri, curtinho, gostosinho, personagens que dão vontade de guardar num potinho (considerando a temática, dá até pra inserir a onomatopeia de piada aqui), enfim, ótimo pra um domingo preguiçoso.
Uma das características que mais me agradou foi que é um filme versátil, tanto pros que não conhecem as referências de ficção científica quanto pros fãs de carteirinha - ele consegue proporcionar uma diversão livre de amarras pra quem não quer se envolver mais profundamente e presentear com alguns tesourinhos escondidos quem já é um morador do sci-fiverso.
Como é um filme relativamente recente, não vou entrar na área de contatos imediatos de spoilerzinhos, até porque esse é um daqueles casos em que, mesmo pra quem gosta de saber sobre a história antes de assistir, menos é mais. A premissa é que, em uma noite dos anos de 1950, uma operadora de telefonia e um radialista descobrem uma frequência de rádio diferente de tudo que já tinham ouvido, e isso desencadeia acontecimentos que podem mudar pra sempre suas vidas, a cidade e o futuro.
A cinematografia é algo de outro mundo (onomatopeia da piada de novo), extremamente bem feita e envolvente que, junto com a narrativa, prende do início ao fim, nos fazendo esquecer até de respirar algumas vezes. Os personagens e os diálogos são encantadores mas não se tornam bobos por isso, é justamente o contrário: nossa ligação com eles acontece pela peculiaridade das mentes de cada um.
Como entusiasta da ufologia, fui completamente conquistada pelo pensamento de que essa narrativa poderia realmente acontecer com alguém curioso no lugar certo e na hora certa. Falando em narrativa, esse é outro ponto magistral do filme, a condução da história com as explicações simples pra questões muito densas e o final como uma linda cereja em cima de um bolo especulativo.
Com certeza é um daqueles filmes que nunca vou perder a oportunidade de recomendar, então, hoje deixo meu apelo: por favor, monstrinhos, tenham coragem.